Currículo: Como montar para o primeiro emprego
O currículo é um breve resumo sobre você. Ele é o primeiro contato que a equipe de recrutamento tem com você.
Ainda são nítidas as barreiras encontradas pelas pessoas com deficiência (PcD) em todos os âmbitos na sociedade. A dificuldade começa pela acessibilidade e a falta de inclusão de pessoas com deficiência e preparo da sociedade como um todo para integrar. Incluindo na escola, trabalho e demais ambientes.
Em 2000 foi instituída a Lei nº 10.098, conhecida como a lei da acessibilidade. A lei trata das diretrizes e normas para que edificações, transporte, comunicação e outros elementos sejam projetados e adaptados de forma a permitir o acesso e a utilização por todos. O propósito dessa lei é quebrar as muitas “barreiras” encontradas pelas PcD no dia a dia, assegurando, desse modo, a autonomia dessas pessoas.
Quando falamos em acessibilidade, estamos nos referindo a integração, inclusão e igual oportunidade para todas as pessoas. Quando você vai a um restaurante, possui cardápio em braille? E o prédio onde você trabalha, existem rampas e piso tátil? E os ônibus, possuem assentos especiais? As propagandas têm legenda? O site institucional é acessível para pessoas com deficiência?
Esses só são alguns exemplos de quanto os afazeres cotidianos demandam preparação para que todos tenham autonomia. E se no cotidiano é assim, no mundo do trabalho não poderia ser diferente. É sobre esse tema que discutiremos neste artigo, trazendo, principalmente, algumas soluções para que o mercado de trabalho seja igual para todos.
Quando falamos das muitas barreiras encontradas pelas PcD no mercado de trabalho, nos referimos a dificuldades ainda mais profundas. Que colocam essas pessoas em vulnerabilidade desde o acesso aos estudos. Como em um efeito dominó, as pessoas com deficiência estão menos inseridas no mercado de trabalho, nas escolas. Portanto, têm acesso a renda mais dificultado.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD/2023) a taxa de analfabetismo para PcD é de 19,5%. Sendo que a maior parte das pessoas de 25 anos ou mais não completaram nem mesmo a educação básica. 63,3% sem instrução ou com o fundamental incompleto e 11,1% tinham o ensino fundamental completo ou médio incompleto. Apenas 25,6% das PcD tinham concluído pelo menos o Ensino Médio e 7% o nível superior.
A escolaridade afeta, diretamente, os espaços ocupados por essas pessoas no mercado. Apenas 26,6% das pessoas estão trabalhando e 55% dessas na informalidade. Esses dados mostram um dos grandes gargalos na hora de contratar uma pessoa com deficiência: a pouca qualificação profissional e adequação do perfil ao cargo.
Além da dificuldade de qualificação, as PcD enfrentam os desafios das barreiras já citadas, somadas ao preconceito, falta de conhecimento e atitudes capacitistas tomadas por muitas pessoas. O capacitismo é uma forma de discriminação, que entende a PcD fora do “padrão”. Sem capacidade e aptidão para exercer diversas atividades em virtude de sua deficiência.
As mudanças não são só estruturais e de acesso às comunicações e instrumentos, mas elas devem ser, acima de tudo, de atitudes. Contudo, a empresa e seus colaboradores devem preparar o ambiente para receber os PcD. Principalmente em igualdade com os demais profissionais que não possuem deficiências, inclusive nos cargos, remuneração e oportunidades.
O primeiro passo é oferecer vagas de emprego baseadas nas competências técnicas e comportamentais, e não pautadas na deficiência. Abrir um processo seletivo que também contempla as vagas afirmativas, mas não ter a empresa preparada para receber esse profissional com deficiência. Isso poderá ser desmotivador e a empresa tenderá a abrir um novo processo seletivo.
Por isso, a cultura organizacional deve ser inclusiva, minimizando barreiras e propiciando espaços de constante troca, de escuta ativa, reuniões e treinamentos, que visem a conscientização dos colaboradores sobre a diversidade e o respeito. Integrar as PcD nas ações da empresa é uma das principais formas de diminuir as barreiras entre as pessoas com deficiência e sem deficiência.
A empresa deve adotar políticas e práticas de inclusão de pessoas com deficiência de forma bem clara, produzindo informações e conteúdos sobre a importância da diversidade, respeitando expressões e palavras corretas, criando espaços de reconhecimento e adotando canais de denúncia para relatar incidentes de assédio e discriminação.
A empresa é feita por seus colaboradores, então, para receber as PcD na equipe é primordial que todos estejam integrados em uma cultura organizacional inclusiva. Os treinamentos e capacitações são excelentes formas de investir no fator humano e fazer da informação uma quebra de paradigmas, resultando em mais empatia pela equipe.
A corporação deve promover treinamentos regulares sobre diversidade, inclusão e explicações sobre como agir contra o capacitismo, afinal, muitas pessoas nunca tiveram contato com o assunto e nem conviveram com PcD. Informe e divulgue, por diversos meios, conteúdos educativos por meios de cartilhas, palestras, dinâmicas, vídeos, depoimentos e até rodas de conversa.
Entretanto, é importante trabalhar com conteúdos que destaquem as histórias das PcD na empresa e as suas conquistas, valorizando esses profissionais e apresentando aos demais a inclusão de pessoas com deficiência como fator empresarial e a importância das contribuições de todos. Para isso, use boletins, intranet, veículos institucionais e até durante as reuniões.
Contudo, a equipe de comunicação da empresa deve estar preparada e capacitada para representar a diversidade da equipe com imagens, exemplos e histórias que demonstrem um compromisso com a inclusão. Inserir esses profissionais nos canais de comunicação também pode ajudar na identificação dos colaboradores e clientes.
A informação e o convívio criam um ambiente de compreensão e sensibilização dos colaboradores, ajudando a corrigir comportamentos inadequados nas atitudes individuais, da equipe e da liderança. Ao preparar para diversidade, as PcD se sentem produtivas e parte da equipe nas empresas, os colaboradores sem deficiência entendem a importância da inclusão de pessoas com deficiência e a empresa ganha em criatividade.
Adotar medidas que garantam um ambiente seguro para as PcD, tanto físico quanto psicológico, são indispensáveis para criar um clima organizacional autêntico, em que todos compartilhem as suas diferenças, ideias e que contribuam para a construção de uma empresa mais inclusiva e respeitosa.
O ideal é que a empresa se prepare para receber a PcD na equipe de colaboradores ainda na fase de entrevistas, compreendendo as adequações físicas para cada tipo de deficiência (física, visual, auditiva, intelectual, psicossocial e a deficiência múltipla). Afinal, cada tipo de deficiência pode exigir uma preparação diferente, como rampas, braile, libras, audiodescrição e tantas outras ferramentas de acessibilidade.
Outro passo é trabalhar a cultura organizacional da empresa para tomada de atitudes inclusivas por todos. Além de treinamentos e conteúdo informativos, a empresa pode adotar trabalhos em grupo, parcerias e programas de mentoria entre PcD e pessoas sem deficiência de forma a estimular o aprendizado, a troca de conhecimentos e a construção de relações.
A Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência (8.213/91) determina que empresas com mais de 100 empregados preencham de 2% a 5% dos seus cargos com PcD. Além do cumprimento de cota, muitas empresas têm buscado PcD para preencher seu quadro de colaboradores, atendendo a aspectos sociais e de mercado.
Surge aí um desafio: como encontrar PcD capacitadas e preparadas para o mercado de trabalho? O Instituto Ser+ pode ser o parceiro da sua empresa na hora do preenchimento de vagas com profissionais preparados e treinados, graças ao Programa Diversidade. A metodologia do Ser+ prepara o profissional de formação integral focada no desenvolvimento pessoal, social e profissional.
O Programa oferece ao profissional com deficiência todo o acompanhamento psicossocial, mentorias e auxílio na empregabilidade dessas pessoas, oportunizando e favorecendo a inserção no mercado de trabalho.
Então, você PcD, procure o Ser+ pra se preparar para o mundo do trabalho, e você empresário e RH, feche parceria com o Instituto e cumpra a sua cota e ainda tenha profissionais qualificados no seu time. Todos só têm a ganhar com essa parceria.
Ao prosseguir com a inscrição, você concorda com a coleta de dados de acordo com a LGPD.
INSTITUTO SOCIAL SER MAIS | 08.698.871/0002-13
